terça-feira, dezembro 07, 2004

AFINAL, NEM GANHOU A PRIMEIRA PÁGINA

Afinal, só quando li a edição impressa do EXPRESSO é que vi que tinha presumido, em excesso, do impacto da atitude de Mota Amaral, ao tentar dar o primeiro passo para Belém.
Não chegou à primeira página do EXPRESSO.
Está apenas entre os mais comentados.
Não deixa de ser um lugar honroso.
Mas convenhamos que, para um jornal que se está a especializar no lançamento dos candidatos presidenciais da direita portuguesa, revela que a cotação de Mota Amaral naquele campeonato o mantêm apenas na divisão de honra.
Está sómente a mudar, dos humildes campos de futebol regional, que, em situações anteriores, ritualmente o catapultavam para estes campeonatos presidenciais, para um Estádio de dimensão nacional.
É um progresso, sem dúvida. Mas limitado.
Acrescente-se ainda que, ao reflectir no teor da notícia da edição impressa do jornal, confirmei uma certeza e ganhei uma dúvida.
A certeza é que, o sapiente Expresso, ao classificar o ocorrido de "LAPSO PROTOCOLAR", confirma que, do ponto de vista jurídico e formal, o Presidente da República não tinha qualquer obrigação de dar conhecimento antecipado a Mota Amaral de uma decisão ainda não tomada, embora respeitante à Assembleia a que preside.
A dúvida nova é a de saber, neste episódio da ida de Mota Amaral a Belém, quem é que salvou a face de quem?
A gafe presidencial histórica, não terá sido do Presidente da Assembleia que, ao saber pelos jornais, das diligências do Presidente da Republica para convocar o Conselho de Estado e ouvir os Partidos, se precipitou a considerar a Assembleia "ferida de morte" e a pretender enterrá-la sem demora? E que, depois da ida a Belém, como salienta o Expresso, "arrepiou caminho e se apresentou na conferência de líderes, ao início da tarde, com a firme determinação de que esta AR aproveite o melhor possível o tempo que lhe sobra"?
A quem considere, de leão, a entrada de Mota Amaral, naquela ida a Belém, como é que deve considerar aquela saída de quem "arrepia caminho"?

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