quinta-feira, dezembro 02, 2004

SAMPAIO - O DEFENESTRADOR

  • Nas defenestrações físicas com lugar na história (a de Praga em 1618, a de Lisboa em 1640) o nome dos defenestradores não chega a saltar para as páginas da história. Este lugar é ocupado pelo defenestrados. O salto pela janela é um salto para a história. Nas defenestrações simbólicas costuma acontecer o contrário. A queda pela janela é uma queda no esquecimento histórico. O nome do defenestrador é que fica na história. No caso de Santana e de Sampaio penso que também assim será.
  • Sampaio deve-me uma desculpa pelo que fez em Julho, empossando Santana Lopes como primeiro Ministro. Eu devo uma desculpa a Sampaio, porque nunca acreditei que ele recuperasse, em Novembro, o fôlego do semi presidencialismo que lhe faleceu em Julho. Estamos quites.
  • Em Julho, Sampaio agiu como Presidente em regime puramente parlamentar. Foi o seu momento de Rainha de Inglaterra. Com actuação de Presidente meramente simbólico e discurso de cariz semi-presidencialista. Hoje, limito-me a aceitar tudo o que maioria quiser. Amanhã, poderei exigir o direito de inventário que já hoje me assiste. O amanhã semi-presidencialista chegou... pelo entardecer de terça feira.

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