quarta-feira, dezembro 01, 2004

PENSAMENTOS AVULSOS SOBRE A DEFENESTRAÇÃO DE SANTANA

  • Santana Lopes terá direito a ser incluído na elite restrita dos pequenos-grandes defenestrados da história política?
  • Pelo menos, metaforicamente, pode afirmar-se que Santana Lopes chegou ao poder pela porta larga das grandes questões ( défice de legitimidade partidária e eleitoral, défice de imagem como político e como pessoa, etc.) e saiu pela janela estreita das pequenas questões (a demissão de um comentador de uma televisão e a demissão de um ministro...importante apenas quando deixou de o ser).
  • A história continua a ser comandada pelos "narizes de Cleópatra". Se Cavaco Silva não tivesse escrito um artigo para o Expresso do último sábado; se o Ministro Henrique Chaves se tivesse demitido, mas não tivesse enviado para as redacções dos órgãos de comunicação social a "bomba" do comunicado; se Santana Lopes não tivesse pedido o adiamento de uma tomada de posse por causa de uma simples festa de casamento; se outras mil e uma leves "sardinhas"não se tivessem vindo a acumular, como carga mal estivada, no porão da frágil nau governativa de Santana; Se... se... se... se... se... coisas cada vez menos graves não tivessem sido o pão de todos os dias que Santana serviu a um país atónito durante 4 meses, provavelmente, hoje, dia um de Dezembro, Santana Lopes estaria de malas aviadas para a Turquia... a ajudar a dilatar a fé e o império entre os infieis.
  • Ninguém sabe para que serviu, politicamente, a corte de muitas "Santanetes" que borboletearam junto de Santana nos dias do poder. Toda a gente sabe para que serviram os fieis "Santanistas" de sempre, como Rui Gomes da Silva e Henrique Chaves. Para precipitarem a sua saída do poder. Cumpriram o fadário de todos os homens de mão que vegetam na sombra dos líderes. Sombras úteis para a conquista do poder. Sombras maléficas para o seu exercício. Por isto mesmo, os líderes ou se desfazem deles a tempo ou são as suas primeiras vítimas.

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