sexta-feira, março 04, 2005

Mas, Porque é que eu não sou do PSD?!

Como estas "Três pessoas não 'distintas'
E nenhuma verdadeira...»






Sei que esta metafísica questão
Me vai atormentar esta sexta feira,
Talvez este fim de semana,
Porventura, o começo da próxima,
Ou mesmo semanas inteiras,
Que eu, até hoje, sonhava fagueiras,
Livres,
De qualquer sombra
De existencial
Ou metafísica angústia!

Sim, porque que é que eu não sou do PSD-Norte,
Para perceber,
Compreender
Ou até prever
As declarações de Luís Filipe Menezes,
Esta manhã.
Saibam todos os que esta lerem,
Que ele, o próprio, o Luís Filipe Menezes,
O mesmo de sempre,
Da sempre mesma outra margem do Douro,
É firme e incondicional apoiante de Rui Rio,
Se este se recandidatar à Câmara do Porto!
Ele, Luís Filipe Menezes que, até ontem,
O que mais odiava,
Precisamente neste Rui Rio,
Era ele ser
Precisamente, actual Presidente,
Precisamente, da actual Câmara,
Precisamente, do actual Porto!

Mas, porque é que eu não sou do PSD-Norte,
Para poder perceber,
Intuir,
Apreender
A lógica viva e profunda deste PSD,
O mais português dos partidos portugueses?

Eu, que até sou português!
E português com partido!

Mas porque é que, ao menos, eu não sou do PSD- Lisboa,
Para poder perceber,
Compreender
E até antecipar,
A outra notícia desta manhã,
Sobre o Luís Filipe Menezes, o do Sul.
Na verdade,
De nome
Pedro Santana Lopes,
(Ou será o Luís que é o Pedro do Norte?
Tanto faz! É de tirar à sorte!)
Este Pedro,
Dizem,
Supõem,
Prevêem,
(com este, todos os verbos são defectivos mas flexíveis)
Está resolvido a voltar à Câmara de Lisboa!!!

Mas,
Não é esta a pior solução possível ?
Para ele, Pedro,
Para ela, Câmara,
Para ele, PSD
Para ela, Lisboa.

Dizem todos,
Perguntam todos,
Comentam todos.
Todos aqueles
Infelizes e desditosos,
Que, como eu,
Não são,
E estão condenados à pena eterna
De nunca poderem vir a ser
Do PSD-Lisboa!
Por distância ideológica
E fatalidade geográfica!

Mas, porque é que,
Mesmo sem saber porquê,
Eu não sou,
Como tábua derradeira
Da minha cívica redenção,
Do PSD da minha terra,
Do PSD da minha ilha,
Do PSD das nossas ilhas,
Do PSD-Açores?
Poderia, talvez, (cepticismo lamentável)
Nunca vir a perceber
Os mistérios insondáveis do PSD-Norte
e do seu Luís,
Ou do PSD-Sul
e do seu Pedro,
Mas, com certeza,
Sem dificuldade,
Nem engulhos,
Me seria dada a graça
De perceber, hoje mesmo,
Dia fatal
De triste e dura sina,
Porque é que
Victor Cruz,
o primeiro, o maior do PSD-Açores,
Veio anunciar que,
Embora o referendo
Aos militantes do seu partido
Tivesse deixado claro
Que eles queriam
Um novo sistema eleitoral
Com menos deputados;
Embora essa vontade clara,
O PSD- Açores,
Democraticamente,
Através dos seus dirigentes
E órgãos democraticamente eleitos
E legitimado por longos meses,
De afanosas lucubrações,
Por jornais, blogues e reuniões,
Lhes anunciava,
Para seu bem e edificação,
Um sistema eleitoral...
Com mais quatro deputados.
Quatro. Não para toda a Região.
Como querem outros de duvidosa intenção!
Só para S.Miguel e para a Terceira.
Só para a ilha-pai. Só para a ilha-mãe
das outras ilhas!
Cumprem, assim, a vontade dos militantes,
para sete, de nove ilhas.
O que é quase tudo cumprir!
Como é que a mais podiam ser obrigados?

Mas porque é que eu não sou,
Sempre tormentosa e fatal questão,
de um qualquer destes prodigiosos
PSDês?
O do Norte,
Com um só Douro,
Mas
Com duas margens,
Uma do Rui,
Outra do Luís,
Que o Luís,
Tanto quer roubar
Como dar
Ao Rui.
O do Sul,
Com um só Santana
Mas imensas rotas
Para a derrota.
Ou o das ilhas,
Com maravilhas
De soluções
Para quaisquer
Futuras eleições!

Porquê?
Mas, porquê?
Mas, então, porquê?
Mas porquê, os outros,
E que não eu?





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